"Eu dedico esse concerto à senhora justiça que há muito tempo tirou férias desse país e em reconhecimento ao impostor que tomou o seu lugar." - (V de Vingança)

sexta-feira, 26 de março de 2021

O Descortinar do Partido Nazista (Parte I)


    Hitler já nutria em si certos rancores e preconceitos que mais tarde formariam sua personalidade controversa, porém, como qualquer ser humano ele possuiu “mentores” que influenciaram seu senso critico e o levaram a construir em si a figura antissemita que todos conhecem. Seria bom dedicarmos alguns minutos para entendermos o que e quem ajudou a formar a pessoa que as pessoas conhecem hoje, principalmente nesse momento de sua história que é quando ele realmente começa a mudar e a transformar sua natureza de um fracassado pintor para o líder do Partido Nazista e futuramente da Alemanha Nazista.

    Essa série de artigos será dividida em partes já que demanda muito tempo escrever algo com conteúdo verossímil devido a imensa quantidade de informações disponíveis e nem sempre consoantes entre elas.




Ernest Roehm

    Nascido na cidade de Munique em 28 de novembro de 1889, Roehm foi um destacado militar que se tornou notório dentro do partido nazista pela participação ativa da S.A. (Sturmabteilung) ou Camisas Marrom, um braço paramilitar do partido nazista que depois foi absorvida pela S.S. (Schutzstaffel).

    Ferido três vezes na Primeira Guerra Mundial, ele mais tarde foi um dos fundadores originais do Partido Nazista. Na década de 1920, ele ajudou Hitler a garantir o apoio do exército na Bavária e mais tarde foi preso por seu papel no golpe fracassado de Hitler em 1923 no Beer Hall.

    Segundo alguns historiadores, Roehm teria sido cativado pela capacidade de oratória de Hitler e sua habilidade em conduzir e incendiar as massas com a arte da dialética, mas sua admiração não beirava a idolatria como a grande maioria do partido que jurava lealdade integral e irrestrita a Hitler e isso permitiu que ele alimentasse por amor um desejo pessoal: Levar a S.A. ao controle do Reich.

 

Rudolf Hess

    Nascido na cidade de Alexandria, Egito no dia 26 de abril de 1894 Hess recebeu notoriedade ao exercer imensa influência sobre as doutrinas principais nazistas por apresentar as ideias de Karl Hallshofer ao Führer.

    Após estar em alguns dos momentos mais importantes da história do partido Nazi, Hess se tornou um dos homens mais poderosos da Alemanha. Entre seus feitos estão ajudar a estruturar as ideias do livro “Main Kampf” (“Minha Luta”) e apoiar o falho golpe de estado nazista que abordaremos em mais detalhes a seguir, além de redigir as leis do regime nazista em sua maioria incluso as leis de Nuremberg.

    Apesar de ser um dos membros mais intelectualmente ativos do partido, Hess não acumulou poder ou influencia em seus “períodos de gloria” nem tentou estabelecer sua posição e por isso com o inicio da II Guerra Mundial perdeu sua posição de prestigio junto à Hitler. Sua derrocada final no desfavor do líder alemão foi uma fracassada tentativa de paz com a Inglaterra já no calor da guerra em um voo solo diplomático (e segundo se crê) sem o consentimento do governo alemão vigente.

 

Hermann Goering

    O colecionador de artes do Partido Nazista exerceu uma enorme influência nos primeiros anos da vida política de Adolf. Apaixonado pela carreira e a disciplina militar desde que nasceu em 12 de janeiro de 1893, em um sanatório da Baviera serviu como soldado e posteriormente como aviador de reconhecimento e bombardeio sendo extremamente condecorado e saindo do conflito como herói de guerra.

    Seu período de pós-guerra foi tão comum como de qualquer outro soldado raso que fazia da guerra seu meio de vida e de repente perdeu tudo. Vagueava aqui e ali fazendo bicos para grandes barões como aviador até que em 1922 entrou para o partido nazista estando ao lado de Adolf no golpe de 1923 e saindo do conflito ferido.

    Suas contribuições ao partido nazista foram a criação da Gestapo, coordenar à Luftwaffe (Força Aérea Alemã) e a produção, execução e implementação do plano econômico com foco no incentivo à produção industrial militar e de obras públicas nomeado “Plano de Quatro Anos” como ministro da Economia. Sua notoriedade chegou a ponto de ser nomeado sucessor de Hitler.

 

    Obviamente esses são apenas três dos nomes das principais influências sobre a personalidade de Hitler, mas pelas informações notamos como compartilhavam de ideais comuns e trabalhavam para a edificação do Partido Nazista doutrinando a Alemanha em uma cultura paramilitar. A segunda parte dessa série de artigos considerará mais alguns nomes e sua influencia social, psicológica, militar e ideológica na estrutura de Hitler e da Alemanha Nazista.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Da Pistola para os Púlpitos: O Início Político de Adolf Hitler

 A Alemanha estava arrasada. O período pós-guerra foi doloroso para todos os derrotados e em geral até mesmo para os "vencedores" a guerra deixo seus reflexos. A Europa em termos gerais estava destruída, a África enfrentava seus problemas e os Estados Unidos tinham seu primeiro impulso para figurar entre as maiores potências do cenário mundial. Os derrotados, porém, sofreram muito mais que perdas físicas e a grande maioria deles passaram por revoluções sociais, geográficas e políticas. As duas principais nações das quais Hitler nutria grande antipatia, os tchecos e eslavos, se uniram em uma única nação: A Tchecoslováquia. A Áustria separou-se do império Austro-Húngaro e passou a ser uma república socialista, a Hungria por sua vez após um governo de coligação formada por liberais e socialista, teve uma breve experiência comunista, mas por sua ineficácia em manter a segurança e a ordem sofreu um golpe e se tornou novamente um reino sem um soberano reconhecido. O Império Russo grande parte dos países bálticos (Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia).
 Todos os países perderam muito com a conclusão da guerra, mas a grande injustiçada, segundo a ideologia nazista, era a Alemanha. Mostra-se ser verdade o fato da Alemanha ter sofrido sérias sansões devido ao Tratado de Versalhes, sansões essas que fizeram que o líder socialista Sheidemann, que dirigia o governo alemão, se demitisse alegando que preferia a morte ao ter que aceitar as cláusulas do Tratado. Demograficamente ela perdeu territórios importantes como a Prússia Oriental e a região dos Sudetos, além de ter de ceder terras a França (as províncias de Alsácia e Lorena) e a Polônia (as províncias alemãs da Silésia e da Pomerânia). No campo econômico, a nação alemã foi obrigada a pagar uma indenização de cerca de 269 bilhões de marcos, reduzida depois para 132 bilhões . Quando falamos de poderio militar, a Alemanha sofreu restrições quanto ao número de soldados e as máquinas de guerra que poderia possuir. Pelo que podemos ver, o Tratado de Versalhes tinha como objetivo responsabilizar a Alemanha pela guerra como porta-voz das Nações do Eixo e impor sobre ela as restrições para não pudesse novamente influenciar o mundo de maneira militar, econômica ou política.
 Num período pós-guerra político a Alemanha estava nas mãos de um governo provisório republicano regido por partidos de maioria socialista de política moderada das quais se figuravam com destaque Ebert (1° Presidente da Alemanha Republicana), Scheidemann e Haase. O caos dominava as ruas de Munique e o governo provisório alemão não foi capaz de segurar o ímpeto nacionalista da nação que acha os termos do Tratado de Versalhes eram abusivo e de grande interesse das nações que se opunham ao crescimento da Alemanha, o resultado disso é que entre abril e maio de 1919 as ruas, o parlamento e o cenário político-social da Alemanha formavam um cenário perfeito para o surgimento de partidos nacionalistas de apelo emocional e tendo como base uma política ditatorial.
 Em torno dessa época, Hitler já havia deixado Pasewalk onde se tratava de ferimentos de guerra e vagava nas ruas de Munique procurando emprego. A Reichswehr (Forças-Armadas) o empregaram como espião para vigiar a crescente onda de reuniões políticas de partidos menores que surgiam a torto e a direito em uma nação derrotada e subjugada em um guerra. Foi nesse período que conheceu o Partido Operário Alemão (dirigido por Anton Drexler) e o Círculo Político dos Trabalhadores (dirigido por Karl Harrer). Em certa reunião do Partido Operário Alemão, um dos seus membros de origem Bávara defendeu a separação da Baviera do resto do Reich alemão e foi duramente repreendido por Adolf que gesticulava e batia os pés enquanto defendia seu ponto de vista, ao final de seu discurso e da reunião do partido Drexler queria conhecer melhor o austríaco que nutria tanto amor pela Alemanha. Conversaram por longas horas e no final Adolf talvez tenha recebido a resposta se ainda lhe restava alguma dúvida sobre sua carreira politica, recebeu um exemplar do folheto “Meu Despertar Político” escrito pelo próprio Anton Drexler. A partir deste dia se iniciou a carreira política de Adolf Hitler e seu primeiro grande evento político seria modesto e nada inspirador.
 Os dois partidos que Hitler passou a conhecer devido a seu serviço de espião das forças-armadas se uniram em um único partido e o primeiro evento partidário foi na cervejaria Hofbräuhaus Keller com apenas cento e onze pessoas na assistência. Karl Harrer, então presidente do comitê, não se impressionou muito com a oratório de Hitler, mas lhe deu um cargo de importância no partido devido a consideração que tinha por seu amigo e companheiro de partido Drexler. Hitler passou a coordenar a propaganda do novo partido e seu primeiro evento público conseguiu lotar o salão de festas de Hofbräuhaus com uma assistência de duas mil pessoas, colocando em xeque qualquer duvida que tivessem sobre sua competência e habilidade política.
 Foi provavelmente durante esse período que Hitler desenvolve seu senso entre a propaganda e a organização dentro da esfera de um partido político. Segundo diz anos mais tarde, a propaganda tem um objetivo básico: Conquistar partidários  para a doutrina básica divulgada pelo partido, porém, as funções da propaganda não terminam aí. Segundo suas ideias a propaganda tem ainda mais duas obrigações primordiais para que seja efetiva: (1) Deve escolher homens destinados à organização e (2) derrubar a situação existente por meio de uma nova doutrina. Já quando falava a respeito de organização, Hitler pensava em um conceito diferente, pensava que ela tinha por único objetivo lutar para se conseguir o poder.
 Por seus serviços ao partido logo Adolf ganharia apoio de renome e poder no meio da organização militar da Baviera: Roehm, membro do Estado Maior do Exército no distrito de Munique, uma amizade poderosa para quem tem ambição e a sabe usar para crescer rapidamente na carreira militar ou dentro de um partido. Devido a influência que passou a exercer sobre os outros e a qualidade de seu trabalho em pouco tempo Adolf Hitler estava substituindo Harrer na direção frente ao Partido Operário Nacional-Socialista Alemão. Uma vez no cargo de presidente do partido, adotou medidas mais severas quanto a elementos que lembravam a democracia ou parlamentarismo, como por exemplo a extinção da comissão de propaganda composta entre 1920-1921 (conceito que achava absurdo e estapafúrdio se recusando muitas vezes a participar de reuniões dessa comissão no passado).
Com o apoio de Roehm convenceu o general Ritter von Epp a fornecer apoio financeiro ao partido possibilitando a compra de um periódico que recebeu o nome de Völkischer Beobachter (Observador do Povo), que tinha por objetivo disseminar a politica antissemita sem qualquer pacifismo ou neutralidade, pois esses não eram os princípios que Hitler acreditava: “[...] o que as multidões querem é contemplar a vitória do mais forte e a destruição do mais débil.”
 A partir do início de sua carreira política Adolf Hitler desenvolveu sua característica de oratória de maneira exemplar, veja abaixo algumas das frases que ele acreditava serem o segredo de se conquistar uma multidão.
 “O orador, guiado de contínuo pelo seu próprio auditório, o qual lhe permite emendar a sua arenga, e conduzido pela observação do semblante dos seus ouvintes, pode a todo momento saber até que ponto conseguem estes acompanhar com inteligência os seus argumentos, além de comprovar se as suas palavras produzem o efeito desejado, ao passo que o escritor não tem nenhum contato com os leitores. Daí o fato de não poder preparar as suas frases com o fim de atingir à multidão postada à frente dos seus olhos, vendo-se, pelo contrário, forçado a discorrer em termos gerais.”
 “Suponhamos que um orador observa que o seu auditório não o compreende: Deve aclarar os seus conceitos de uma forma tão sensível e elementar que ninguém deixe de interpretá-lo. Se percebe, por outro lado, que os seus ouvintes são incapazes de seguir o fio de seu discurso, reconstrói lenta e cuidadosamente as suas ideias, para que as intenda até o menos inteligente. E também, que o público não dá provas de se convencer do acerto dos seus argumentos, pode repeti-los um e outra vez, ilustrá-los com novos exemplos e replicar às mudas objeções dos assistentes. Assim prosseguirá, até que o último reduto da oposição lhe manifeste, com a sua conduta e as suas expressões, que capitulou diante dos raciocínios reunidos para demonstrar o caso.”
 “Tudo o que se repete incessantemente diante de uma multidão seja verdade ou mentira, ela acaba acreditando. É necessário, apenas, repetir a mesma coisa.”

segunda-feira, 24 de julho de 2017

I Guerra Mundial

  Antes de prosseguirmos por esse relato da vida de Hitler, é bom pararmos e darmos uma olhada na Europa durante esse parte da vida dele, pouco antes de sair da vida de mendigo e ingressar na carreira militar alemã.
  O mundo já possuía um cenário de guerra no inicio de 1914, porém, muito mascaradamente, explico porque. Muito se diz de Julho de 1914, mas, pouco se fala a respeito de Janeiro-Junho do mesmo ano. Relatos da época dizem que esses meses foram os mais pacíficos da História, a terra usufruía de grande paz entre as pessoas e entre os países, parecia mesmo que todos os problemas começariam a se resolver de maneira espontânea, mas, sabemos que essa era a visão que as pessoas tinham acerca do mundo daquela época, a verdade era que a muito tempo os países se preparavam para uma guerra, por exemplo, a Alemanha em tempos de paz chegou a ter 760 mil homens armados e treinados para as mais diversas funções em um exército. Com a campanha armamentista alemã, a França também preparou-se para o conflito e passou a acrescentar em suas fileiras mais 750 mil homens e isso se estendeu por todos os países da Europa  que chegavam a cerca de 20 países. Em 28 de Junho de 1914 ocorre o estopim da guerra, o assassinato do Arqueduque Francisco Ferdinando e sua esposa Sofia Chotek. No dia 23 de Julho de 1914, Viena envia um ultimato a Sérvia  para o julgamento dos culpados e que eles sejam entregues para punição, obviamente a Sérvia se nega o que cria um conflito entre os países e se espalha pela Europa. No dia 28 de Julho de 1914 estoura oficialmente a guerra.
  O cenário político Austro-Húngaro pré-guerra favorecia em muito o surgimento de uma classe de pessoal antissemitas e de extrema direita pelos partidos políticos atuantes em sua época, exemplos disso são os partidos Nacional Pangermânico de Georg Van Schoenerer e o Social-Cristão de Karl Lueger, dois nomes que influenciaram grandemente o pensamento nazista antissemita. Lueger era um político talentoso que conseguiu converter a Igreja Católica Apostólica Romana em uma grande aliada política apesar de sua política de ódio baseado na ordem religiosa e econômica (que Adolf Hitler acham ser motivos muito vagos para se basear o antissemitismo). Desse mesmo adorou anos depois o partido nazista a ideia das Knabenhorte (jovens uniformizados carregando bandeiras desfilando ao som de bandas marciais). Já quando falamos de Georg Van Schoenerer podemos falar de maneabilidade política pois seu início liberal se transformou em uma vida pública baseada em uma ideologia conservadora de extrema direita pelo simples fato da grande maioria dos eleitores estarem se convertendo em massa a essa corrente de pensamento, em resultado disso, em 1901 Schoenerer contava com vinte e uma cadeiras no Parlamento Austro-Húngaro.
 Apesar das mentes que influenciaram sua construção política estarem em Viena, Hitler passou a odiar a cidade por sua constituição populacional, em sua maioria tchecos, polacos, húngaros, sérvios e croatas. Seu próximo destino não podia ser outro além da bela Munique, onde levou uma vida simples, mas que segundo ele mesmo diria anos mais tarde foi o mais feliz e tranquilo período de sua vida pelo simples fato que não poderia se deixar passar despercebido: Munique era uma cidade alemã as portas de uma guerra. Durante o período que a Alemanha corria para cumprir sua missão armamentistas que se iniciou em 1911/1912, Adolf se ocupava em debates políticos em cafés e cervejarias durante todo o dia quando não estava "devorando" seus livros.
 Assim que o arauto da morte anuncia o banquete com o início de uma guerra sem precedentes na história conhecida hoje como I Guerra Mundial, Hitler não se aguenta de emoção e contentamento com a ideia de que aquela não seria apenas uma guerra de duas nações pelo assassinato de um nobre e sim a oportunidade da Alemanha se reafirmar como nação dominante da terra, era a oportunidade de se reerguer o Império Alemão das lendas de Valhala. Não perdeu tempo e enviou uma petição para lutar na companhia de Ludovico III da Baviera embora fosse austríaco e não muito tempo depois recebeu sua resposta: Havia sido aprovado como soldado na 1° Companhia do 16° Regimento Bávaro de Infantaria. Seu contentamento foi tamanho que '[...] caiu de joelhos para dar graças ao céu, de todo coração, pelo favor que lhe ofereceu ao permitir-lhe viver naquele instante'.
 Dentro do exército subiu rapidamente de funções enquanto a batalha se desenrolava e ao passo que seus companheiros amaldiçoavam a guerra, ele permanecia em completo êxtase pela batalha e a possibilidade que se lhe havia apresentado segundo sua visão. Se ausentou apenas duas vezes do combate, uma quando foi ferido na perna (nessa ocasião se tratou em Berlim e recebeu a Cruz de Ferro de segunda classe) e a segunda quando um ônus de gás lhe deixou cego precisando ser tratado em Pasewalk, Pomerânia. Durante essa segunda vez enquanto ainda se tratava das feridas, os representantes da nação alemã assinavam o armistício e a amada Alemanha de Hitler se rendia aos Aliados. Em seu livro, Hitler é bem enfático sobre seus sentimentos quanto a esse armistício:
 "[...] Tudo havia sido, pois, em vão. [...] Míseros e depravados criminosos! Quanto mais eu procurava naquela hora formar um conceito claro de tão terrível acontecimento, tanto mais fogosa e violenta era a cólera e a vergonha que enrubescia o meu semblante."


(Hitler como soldado na primeira guerra, na foto ele está em destaque como primeiro à esquerda)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Na Casa Do Inimigo

  Antes de mais nada(como todo capítulo até aqui) vamos entender um pouco do fundo histórico em que se encontrava Hitler.
  Em 1867 foi promulgada a constituição do Império Áustro-Húngaro dividindo o reino em dois territórios: a Áustria tendo como capital a cidade de Viena e a Hungria por sua vez reconhecia Budapeste como sua capital, porém, ambos os países respondiam e reconheciam um soberano, o Imperador Francisco José.
  Ao subir ao trono com apenas dezoito anos de idade precisou do auxílio do primeiro-ministro Schwarzenberg para a dominação da Sardenha e controle parcial de seu vasto domínio. Em 1849, ajudado pela Rússia, frusta os planos de independência territorial separatista da insurreição húngara.
  Sua primeira derrota mais marcante foi em uma batalha em 1859 contra a França, onde perdeu grande parte do seus homens e armamentos. Esse talvez tenha sido um golpe duro demais para o imperador que agora apelava para a política externa para não entrar em outra batalha campal já que não exitou em dividir com a Prússia os ducados de Shleswig-Holstein. Em 3 de junho de 1866, durante a Paz de Viena, perde Veneza.
  Sua vida política depois da batalha francesa decaiu muito, mas, sua vida pessoal levou Francisco José quase a loucura. Em 1867, o também imperador e irmão Maximiliano era fuzilado no México e nos anos seguintes seu filho e herdeiro morre de uma morte misteriosa em sua casa de caça e sua esposa é assassinada.
  O mundo cai sobre os ombros do Imperador que cansado de sua vida política e pessoal consede a Hungria autonomia e faz reformas políticas relevantes que desencadeiam uma luta árdua de classes e nacionalidades que Hitler a muito temia e previa.
  O problema, segundo Hitler, seria a falta de ação do governo em relação ao seu problema étnico e apartir daí surgem os conceitos hitlerianos de raça e nação, onde desenvolve-se também o ódio nazista em relação a judeus já que governo em atividade "protege" judeus e eslavos em vez dos interesses alemães. Era incalculável o prejuízo dessa "nação alemã" ter se misturado a tais "raças inferiores" e seu maior e mais eloquente exemplo de tal era a superioridade da América do Norte que se manteve "mais pura" em relação a miscigenação com os nativos em relação os colonizadores das Américas Central e do Sul, pensamentos fortemente influenciados por Houston Chamberlain, Gobineau e Nietzsche.
  Hitler viveu em Viena por longos quatro anos(1909-1913). Sem dinheiro vagou pelas ruas com fome e frio após terem acabados as reservas de dinheiro que lhe restavam da venda de seus itens pessoais. Procurava trabalhos e serviços aqui e ali e foi onde trabalhou como servente de pedreiro(de onde saiu por problemas com a força sindical), carregador de malas e varredor de neve. Por diversas vezes tomou a sopa da caridade oferecida pelas freiras em Gumpendorferstrasse, porém, o fato que mais nos chama atenção aqui é a ironia da situação seguinte, pois, Hitler, o homem que iria aprisionar e torturar levando a morte milhões de judeus, se refugiava do frio em um abrigo para pobres e mendigos mantido por um barão chamado Von Konigswarter um magnata judeu em Viena onde recebeu de um colega de infortúnio também judeu de nome Neumann um sobretudo velho e um chapéu.
  Por sua eloquência política e extremo prazer em debater assuntos ligados à mesma, foi tachado como desequilibrado quando em seus discursos gesticulava e batia o pé. Em uma das poucas idas ao cinema assistiu a um filme que lhe deixou facinado com o poder de persuasão de um anarquista que levava as massas as revoluções com discursos carregados de orgulho e paixão à liberdade, o filme era "O Túnel" adaptação de um romance de Kellermann. Por dias discorreu sobre o poder da palavra e como podia impulsionar a massa a determinada direção quando aplicada de maneira correta: "as massas preferem o homem que comanda ao que implora" pensava ele e nos anos seguintes vimos que ele não estava errado.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Trechos de Discursos de Hitler

  Talvez, a mais destacada das qualidades de Adolf Hitler em toda a história seja sua qualidade de oratória, como ele conseguia convencer as massas a fazerem o que ele achava correto mesmo que isso prejudicasse imensamente quem ouvia seus discursos. Temos aqui pequenos trechos destes discursos em que aprendemos algumas coisas, capte a mensagem que ele dizia, como era grande seu poder de persuasão:


  Primeiro Discurso:
"S.A. e S.S., Heil! Um grande tempo se abre diante de nós. A Alemanha finalmente é despertada. Nós conquistamos a Alemanha. Agora, nós temos de conquistar o povo alemão![...]"

  Vamos estudar esse pequeno trecho: nesse trecho é importante notar como ele salienta a possibilidade incerta do futuro, o que eles já conquistaram e o que falta conquistar.

  Segundo Discurso:
  "Queridos compatriotas, trabalhadores alemães, eu venho de suas fileiras, eu fui um de vocês e eu estava entre vocês durante os quatro anos de guerra. Então, gradualmente, através da minha perseverança do meu aprendizado e com o calvário da fome, eu saí. Mas profundamente dentro de mim, eu sempre permaneci o mesmo[...]"

  Aqui ele faz um paralelo com o povo, dizendo que ele é ainda um trabalhador alemão, que mesmo sendo agora uma pessoa de poder e importância, ele não deixou sua essência simples. Quanto a sua simplicidade, todos nós sabemos o quanto o Führer gostava de presentear seu amigo e general Goering com obras de arte como vasos chineses antigos.

Terceiro Discurso:
"[...]O homem alemão deve ser alto e magro, rápido como um galgo, forte como couro e duro como aço. Estamos determinados para criar uma nova raça[...]"

  Hitler fazia esse discurso a jovens alemães, o que era uma grande estratégia civil e militar. Eles eram adultos em potencial, com pensamentos e conceitos sendo formados, eram pequenos "Hitler's" em potencial. Quando ele descreve o alemão perfeito como um bom soldado, ele na verdade está dizendo assim "ou você é um bom combatente, um bom escravo das minhas idéias ou você para mim e para a Alemanha não serve para nada." era isso que ele queria inculcar na cabeça das pessoas, jogar essa responsabilidade de uma nação perfeita nas costas dos jovens.

Quarto Discurso:
"[...] Eu tive a energia e a tenacidade de transformar os milhares de insurgentes do inicio em catorze milhões de eleitores, e eu farei vinte milhões e depois trinta milhões[...]"

  Destaca aqui um discurso feito a eleitores para garantir seu apoio político dizendo que dentro em breve ele seria o novo Chefe de Estado da Alemanha, e assim se deu.

  Quinto Discurso:
"[...] Ninguém fala das dezenas de milhares de pessoas que a cada ano, se suicidam abrindo o gás porque elas estão doentes[...]"

  Temos aqui a leve impressão que ele se referia as câmaras de gás nos campos de concentração, certo? Errado, Hitler se defendia aqui das acusações internacionais que eram feitas quanto ao extermínio de pessoas por guardas da S.S. na rua mesmo, sem nem mesmo esconder o homicídio, em plena luz do dia para quem quisesse ver.

 Sexto Discurso:
"[...]Os nossos adversários dizem que nós somos e eu especialmente, seres intolerantes e odiosos. Eles nos acusam de recusar a cooperar com outros partidos. Bem, estes senhores tem razão, nós somos intolerantes! Eu defini uma meta: remover todos os partidos![...]"

  Vemos aqui até onde ia o controle mental de Hitler nas pessoas, mesmo assumindo a culpa das acusações em partes, já que não era só não apoiar e sim atacar qualquer um que desejasse fazer parte ou fundar outro partido politico, mesmo assim o povo o aplaudi e o saúda como um herói de guerra.

  Sétimo Discurso:
"[...] Estou certo que chegará o tempo quando as milhões de pessoas que nos amaldiçoam, irão entrar nas nossas fileiras e saudar conosco o que conquistamos com tanta dificuldade nesse novo Reich alemão, da grandeza, da honra e da força.[...]"

  Dispensa comentários esse discurso não é? Sabemos que são apenas promessas vãs que nunca se cumpririam, o mundo todo guerreava contra ele e ele promete ao povo que um dia todos seriam uma só família tendo ele, é claro, como o patriarca.

  Oitavo Discurso:
"[...]Queremos um dia ver um Reich. E vocês devem lutar por isso. Queremos que nosso povo seja obediente. E vocês devem praticar essa obediência. Queremos que nosso povo ame a paz, mas também que seja valente. E vocês devem ser pacíficos... Diante de nós a Alemanha repousa. Dentro de nós a Alemanha queima. E, ao nosso lado, a Alemanha segue[...]"

  Esse na verdade é a continuação do terceiro discurso a juventude hitlerista, e ele continua com o mesmo argumento, colocando na cabeça deles que tudo que a Alemanha precisa é que eles cresçam logo e façam tudo que um bom soldado deve fazer para ganhar o futuro. O engraçado é que ao mesmo tempo que ele pede que eles amem a paz, ele diz para serem corajosos; se eles amarem a paz, para que eles precisam ser corajosos? Este foi o ponto alto deste discurso, onde o povo percebeu que a guerra se aproximava mais e mais, onde eles entenderam o porque das marchas militares, do armamento rápido e da cavalaria.
  

Hitler: O Pintor de Viena

  É difícil acreditar que uma mente tão doentia como a de Adolf Hitler pudesse um dia querer ser... Pintor. Isso mesmo, depois de sua curta e desastrosa carreira como coroinha Hitler decidiu que queria ser pintor, mas as condições não lhe eram favoráveis para isso, vejamos porque.
  Após a morte de seu pai, Alois Hitler, em 3 de janeiro de 1903, Hitler adquire uma doença pulmonar em 1904 e cai de cama, mas logo se recupera para que ocorresse aquele amor adolescente do ultimo artigo em 1905, mas, mal se recupera deste "amor platônico" cai de cama mais uma vez pela doença pulmonar e desta vez sua mãe descobre um câncer no peito e acaba de cama também.
  Hitler se recupera mais uma vez(como vaso ruim não quebra fácil...) e vê a necessidade de adquirir uma profissão para auxiliar nos gastos da casa. Apesar dos protestos de sua mãe para continuar seus estudos ele insiste  de tamanha forma que Clara acaba sedendo a vontade do filho. Seu alvo? Viena!
  Em maio e junho de 1906 , com cerca de 17/18 anos Hitler visita Viena pela primeira vez e fica encantado com a arquitetura dos prédios, a Ópera e as galerias de arte. No outono de 1907, procura fazer um teste de aptidões artísticas na Academia de Belas Artes de Viena, e para sua surpresa é reprovado. Imaginem como o homem visto como o maior vilão da história se sentiu ao ver que tudo que apostava sua vida até agora foi em vão.
  No principio de 1907 Clara passa por uma cirurgia delicada. Passa o ano e Hitler não escreve o que leva sua mãe a entender que ele está muito ocupado com os estudos. Em dezembro ele é chamado a sua mãe que agoniza e no dia 21 de Dezembro de 1907, morre Clara Polzl Hitler.
  Hitler vê seu futuro apenas em Viena e volta para lá em 1908 onde tenta pela segunda vez o teste de admissão para a Academia de Belas Artes de Viena, é reprovado novamente e aconselhado a seguir a carreira de arquitetura, logicamente Adolf rejeita esse conselho e volta para seu apartamento em Viena onde passa maior parte do dia lendo, escrevendo e desenhando. A menor mosca o irritava e tudo era motivo para extravasar sua raiva. Nessa época lhe interessou o parlamento.
  Passava horas observando as seções muitas vezes criticando o liberalismo e a democracia ali presentes como forma de desordem e meio de homens sujos, corruptos e ladrões chegarem a certa medida de poder. 
  Agora para o deleite de vocês, algumas obras do Pintor de Viena




segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Hitler: Amor Adolescente

  Por mais difícil que isso possa parecer, e por mais que nos concentremos na parte da história de Hitler na idade adulta, ele já foi um jovem e como tal teve de enfrentar desafios com seus sentimentos e com as mudanças que todo adolescente passa também hoje.
  Falamos muito da carreira acadêmica de Hitler no ultimo artigo e sobre sua admiração por seu professor Leopold, mais muito contrario do que se diz: Hitler era homem em gênero e gosto como nos nara seu amigo de infância e adolescência August Kubizek nesse caso.
  August conta em um de seus livros da memórias com Adolf que certo dia passeavam os dois pelas ruas de Linz quando de relance ele viu uma garota de tinha lá seus dezessete ou dezoito anos de idade, cabelos ruivos e longos, olhos claros e vestia-se muito elegantemente; August conta que ao vela Adolf ficou estasiado e após apertar seu braço com força disse a ele: "Amo-a!" com voz segura. O nome da bela jovem era Estefânia.
  Todos os dias, pontualmente as cinco horas da tarde, Estefânia aparecia na mesma rua acompanhada de sua mãe para um passeio e os mesmo dois jovens a esperavam na esquina como duas estátuas. August por diversas vezes disse a ele deveria se apresentar e por diversas vezes também Adolf apresentava um impessilhos para não faze-lo, muitas vezes dizendo que a ligação deles era tão forte que não precisavam se falar para saber que o outro estava pensando. Ao vê-la acompanhada de um oficial as vezes Adolf se encolerizava e por um instante pensava em desistir dela, até saber que aquele oficial era apenas seu irmão. Porém, não era apenas com esse rapaz que Estefânia aparecia acompanhada. Adolf dizia que esses eram apenas diversão e que ela jamais trocaria seu amor por tão pouco como um oficial.
  De rapto a suicídio, Hitler pensou em tudo para ficarem juntos mas a coragem lhe faltava em seu planos e enfim aceitou a derrota à covardia. Em seu momentos de paz, escrevia poesias e sonetos sobre esse amor platônico.
  Porém, em um dia de suplício moral em junho de 1906, Estefânia lança de sua carruagem uma flor em direção a Hitler que tinha agora uma "garantia" do amor dela por ele também. Com esse gesto, qualquer adolescente da época chegaria a moça e mesmo temendo o "não!" preferiria acabar com o tormento da dúvida, mas Adolf não o fez. Após isso August sempre lhe dizia para apresentar-se e ele em resposta dizia "amanhã" e esse amanhã nunca chegou, e assim terminou um romance platônico da primavera de 1905.